Se há algo que o mundo dos animes nos ensinou ao longo dos anos, é que nem sempre uma obra-prima do mangá resulta em uma adaptação digna. E infelizmente, Ubel Blatt parece ser mais um caso onde as promessas grandiosas desabam sob o peso de uma execução falha.
O mangá, sempre foi um prato cheio para os fãs de fantasia sombria. Com uma trama repleta de vingança, batalhas intensas e dilemas morais, a história acompanha Koinzell, um guerreiro misterioso que carrega um passado trágico e busca justiça contra os chamados "Sete Heróis", que na verdade são traidores. A arte detalhada e os combates brutais, aliados a uma narrativa bem construída, fizeram do mangá um sucesso cult ao longo dos anos, na qual eu mesmo gosto de dizer que junto de Berserk são obras que detalham muito bem o que é um dark fantasy.
Porém, quando o anúncio de um anime surgiu, os fãs ficaram divididos entre animação e preocupação. E, infelizmente, as piores previsões se concretizaram. A adaptação não só falhou em capturar a grandiosidade da obra original, como também caiu em erros clássicos de produções apressadas e mal planejadas, e podemos colocar muito bem essas duas coisas em questão, uma produção muito apressada e extremamente mal planejada.
O primeiro grande problema do anime é a sua qualidade técnica. Enquanto o mangá se destaca por suas ilustrações detalhadas e um estilo visual denso, a animação optou por um visual genérico e sem vida. Os combates, que deveriam ser brutais e impactantes, parecem coreografias sem peso, muitas vezes prejudicadas pelo uso exagerado de CGI/3D de baixa qualidade.
Além disso, o ritmo da adaptação parece não respeitar a profundidade da obra original. O mangá possui uma construção de mundo meticulosa e um desenvolvimento de personagens que demanda tempo para ser absorvido. No anime, porém, essa construção foi sacrificada em prol de uma narrativa apressada, que tenta encaixar arcos inteiros em poucos episódios.
Outro ponto crítico é a censura. Ubel Blatt nunca foi uma obra para os fracos de coração. Ele aborda temas como traição, abuso de poder e vingança de forma crua, sem amenizar o impacto emocional da jornada de Koinzell. No entanto, a adaptação suavizou cenas importantes, removendo ou alterando elementos essenciais para a atmosfera sombria da história. Isso não apenas enfraquece o impacto dramático, mas também afasta a identidade que fazia do mangá algo único
Então a pergunta que se cria é: vale a pena? A resposta que eu posso dar é: se você gostou do mangá, finja que esse anime não existiu, e se você está vendo anime e quer ir pro mangá, vá ler o mangá e segue a minha primeira dica.
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