E quando o final é ruim?


O que fazer quando se cria expectativas de algo, mas no fim, o final ou a linha de chegada, acaba sendo algo tremendamente decepcionante? Seria um pouco da nossa busca interminável pela felicidade que acaba ofuscando toda a ideia de que o processo também vale a pena? Eu particularmente penso nisso, que o processo, a caminhada, a aventura vale muito mais a pena do que o final. O final é apenas uma consequência de tudo que você passou, e quem faz o final ser ruim ou bom é apenas você… 


Motivo que me faz escrever esse post é por causa de um livro que eu li esse mês e terminei ontem, na hora, no momento exato que acabou o livro eu fiquei indignado e eu lendo com a minha namorada, fiquei pelo menos uns dez minutos reclamando, mas hoje após acordar, tomar um belo banho de sol, aquela recarga maravilhosa de vitamina D e depois de um belo copo de café, eu comecei a rever um pouco o meu pensamento sobre o livro. 


A Culpa é das Estrelas, um livro de John Green, que nos meados de 2012/2013 todo mundo na minha escola só falava desse livro, aí veio o filme e explodiu mais ainda a fama não só do autor, mas também da obra. Eu nunca peguei para ler, pois eu sabia que tinha uma pegada de drama e eu particularmente fujo de todo tipo de obra que envolve drama, é algo que eu não gosto de ver, me trás uma sensação absoluta de desespero. Mas minha namorada, muito persuasiva, trouxe essa história para o clube do livro.


Creio que já comentei aqui sobre o clube do livro, senão, é basicamente algo que eu e minha namorada criamos juntos, onde todas as noites, por pelo menos uma hora, lemos um livro juntos, cada um ler um capítulo e no final dos capítulos vamos comentando um pouco do que achamos, a culpa das estrelas entrou no clube, e a gente leu juntos, eu chorei, me indignei, rir horrores e no fim como já comentei, eu odiei, ou pelo menos achei que odiei. 


Por viver em uma sociedade muito imediatista, eu fico aficionado em saber o final das coisas, ou ficava na verdade, até começar a ler com mais intensidade, já que se tem uma coisa que livro é muito bem usado é quebrar essa barreira de que o fim é o resultado de tudo, na verdade o fim está lá pra ti, você pode a qualquer momento abrir a última página e ler o final, só que isso acaba por se tornar chato, e aí todo desenrolar da história é muito melhor de se acompanhar.


A história de Hazel e Gus, o romance, as aventuras que ambos viveram é algo que inspira, você sabe que ambos são bombas relógios ou como eles mesmo dizem, são granadas e que a qualquer momento podem explodir, causando dor há todos ao redor, inclusive aos leitores, mas você está ali, lendo e se aprofundando mais na história, tentando entender os porquês de cada personagem fazer ou falar cada coisa. Um dos personagens mais odiados por muitos, inclusive por mim no começo foi o: Peter Van Houten, o autor do livro preferido da Hazel, no começo da história você fica querendo matá-lo, de tão babaca, porém você descobre que ele também tem uma história ruim… Que ele também é um ser humano, com dores, traumas nem um pouco curados, medo e muitos medos… Peter se tornou meu personagem preferido. 


O final de a culpa das estrelas, não é que é ruim… Ele é emblemático, é um final que se conecta com o livro preferido da Hazel, que você precisa entender o final daquele livro, para aí entender o final desse. E o que eu tirei dessa obra é que tudo que acontece nela é muito mais interessante do que o fim, que o processo, a aventura foi muito mais satisfatória, agradável de tal maneira que seria muito mais interessante ficar preso em um loop só vivendo e vivendo a viagens que eles fizeram a Amsterdã por exemplo…


O fim ele é inevitável, não tem para onde corremos, você pode ficar sentado, em pé, lendo livros, vendo animes, chorando, sorrindo, seja lá o que for fazer ou não fazer, mas no fim o seu final vai chegar, a sua história vai se concluir, seja longa ou não, e assim como Gus, eu tenho medo, bastante medo de ser esquecido, de que passe anos e mais anos e esqueçam quem um dia eu fui.


O que aprendi com esse livro é que devemos viver o momento, da melhor maneira possível, pois a vida é uma só, não espere chegar no lugar para começar a fazer algo, não espere ter algo para começar a ser feliz, não espere ser feliz para se sentir realizado, faça tudo agora, viva o agora, aprenda com seus erros e tire o melhor do pior. 


Gus foi um dos melhores personagens que tive o prazer de conhecer, as falas, a maneira como ele pensava, tudo nele sem sombra de dúvidas, me ensinou muito sobre como olhar a vida. A culpa das estrelas é um livro incrível, só tem que saber como ler e como entender a história que John Green quer nos contar. 


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