Japão sabe contar uma história

Eu tenho quase certeza que já escrevi algum momento sobre esse assunto, porém como eu tinha outro ponto de vista, bem provável que eu não iria concorda com o que estava escrito, pensando assim eu decidi trazer esse assunto, essa conversa pra vocês sobre como de fato o Japão sabe contar uma história. 

Claro, contar história todo o mundo sabe, não há um país que não tem uma pessoa, que tem aquela história incrível pra ser dita, no Brasil utilizamos muito as novelas pra expor as histórias, Estados Unidos os filmes e séries, e no Japão, temo os animes... Obviamente que essa ideia só está na minha cabeça, pois não é bem assim que funciona, porém pra que eu não me perca na linha de raciocino gosto de imaginar assim. 

Dito toda essa enrolação, vamos a ideia que me fez escrever hoje. Como eu já comentei com vocês aqui um certo tempo atrás, eu me tornei alguém bem criterioso com relação aos animes, antes eu pegava todos que eu via pela frente, ou ficava caçando aqueles que não são tão famosos, porém esse meu momento de aventureiro acabou, hoje eu me vejo muito naquela ideia de ficar assistindo alguns que parecem ser bons, pego uns 3 ou 4 da temporada e tento extrair o máximo deles pode-se dizer que sou o famoso preguiçoso


E nessa busca de animes interessantes, eu conheci alguns animes que mexe com o nosso frágil coração de prisoneiro da quarentena. Your Name foi um desses, eu sempre digo que não gosto de anime que traga algum tipo de drama, pois meu ser interior morreu assistindo Clannad e o tanto que eu chorei lá, não há anime que faça esse feito novamente. Porém ainda assim assisti Your Name, um anime maravilhoso, que brinca muito bem com a ideia de viagem no tempo e tem uma pegada incrível em  pontos únicos, trazendo dois lados do Japão que nos aqui do ocidente tanto amamos, um Japão tradicional, calmo e carregado de cultura e simbolismo. E do outro lado, um Japão "high tech" desenvolvido, no "futuro" com luzes, e musicas que criam um contraste de totalmente diferente da plenitude do outro lado. 

Claro que tal coisa só é muito bem explorada pelo diretor de Your Name, como esse texto é voltado para as histórias, eu quero focar muito mais nas situações, porém não posso negar que a qualidade gráfica, os traços, os efeitos visuais que tem nos filmes japoneses é algo no mínimo surreal. Japão não só sabe contar uma história, mas também sabe muito bem desenhar e animar, não vou trazer glória só para os filmes, pois todos sabemos que um filme pode muito bem ser mais detalhado e trabalhado do que uma série de televisão que tem que sair toda semana, só que até essas séries são incríveis, eu gosto de dizer que pra saber se o anime realmente é bonito visualmente, você tem que reparar em duas coisas: chuva e comida. Presta atenção em como vai ser a chuva nesse anime, o quão suave ela pode ser, e também presta atenção em como vai ser a comida, japoneses tem um cuidado sem igual ao representar comidas nos animes. O anime pode ser tipo um Naruto clássico ou One Piece do estúdio Pierrot na qual tudo é rushado, só que o traço da comida, parece que pediram ao Kyoto Animation pra produzir, de tão lindo que normalmente é. 

Pontuado tudo que eu queria sobre a qualidade visual do animes, vamos voltar para as histórias, eu acabei de falar de Your Name e como ele consegue pegar um plot relativamente clichê, como viagem no tempo e troca de corpos, e ainda assim criar uma história envolvente de romance, não é uma aventura é um romance, com um final que faz você aplaudir o filme de pé.

Ai migrando pra um drama que chega doer na alma, e me faz pensar muito no quão fiel eu sou aos meus ideais e como eu poderia mudar minha vida por causa deles, estou falando claro de Violet Evergarden, que tem uma história de tirar o folego, pelo menos eu assistindo, eu senti muito a vibe de que os meus problemas não são lá isso tudo, que eu deveria simplesmente dá uma respirada e olhar ao meu redor e ver onde eu precisava melhorar. Violet é uma personagem tão carismática e não gasta nada pra simplesmente ser, a ingenuidade dela e a forma como ela se agarrou ao seu antigo "chefe" faz você que está assistindo não aceitar que nada de ruim aconteça com ela e ficar revoltado por essas coisas acontecerem. 

Agora se formos realmente falar de revolta, temos que ir para Piano no Mori, eu estava no trabalho de madruga, um completo tédio e sem nada pra fazer, decidi abrir a Netflix e ver se tinha algum anime ou série pra assisti, Piano no Mori apareceu pra mim pelo menos umas 4 vezes, comecei assistir só de raiva pois a capa e a sinopse me parecia bem um clichezão de drama. E olha só... queimei minha língua. A história desse anime é muito tentadora, e os episódios sabem muito bem criar ganchos que faz você sem perceber ter assistido 5 episódios, eu mesmo terminei a primeira temporada naquela noite. Pra poder escrever esse texto para o blog, eu assisti novamente com mais calma e tentando absorve todo conhecimento que o anime vem querendo trazer.  

Bem, o anime podemos girar em torno de: talento bruto e esforço sem resultados. Obvio que vai ter spoiler da primeira temporada, então leia por sua conta em risco, pois eu tenho que falar que o Kai Ichinose além de ser um pianista nato, nasceu pra isso e se dedicou pra ficar melhor, ele também claramente parece uma mulher, é algo que não dá pra não perceber ou, pelo menos, não vê como piada em alguns momentos, já que os próprios personagens aleatórios que aparecem falar sobre. E tem também o Shuhei Amamiya que tem um amor pelo piano sem igual, porém após ver o Kai tocando, ele simplesmente esquece do seu talento e seus esforços e faz a primeira temporada toda gira em torno de inveja por nunca ser melhor que o Kai e quase entra em uma depressão por isso. 

É um anime lindo nesse sentido específico, ele trata muito esse assunto de inveja e raiva de uma maneira bem delicada, pois várias vezes vemos o Shuhei em choque porque errou algo ou o Kai está evoluindo tão bem no mundo dos pianistas, e ao mesmo tempo vemos o Kai simplesmente tratando o Shuhei como um amigo de infância e ficando feliz pelo esforço dele. Vi muita gente até comentando coisas bem cruéis sobre o Shuhei, porém eu tento muito me colocar no lugar dele. 

Você cresce em um mundo envolvido ao piano, seu pai é um pianista mega famoso e talentoso ao extremo, você sabe aprende a tocar piano antes mesmo de saber ler e escrever, todos ao seu redor fala o quão incrível você é, todos vivem te elogiando e colocando você no palco mais alto, ai da noite pro dia, aparece um menino na sua vida, que não tem riqueza nenhuma, a mãe trabalha em um lugar feio para os olhos do mundo, o menino não tem roupas caras como você ou uma etiqueta alta, mas vai lá e toca uma música maravilhosa, faz seu coração tremer como nunca antes, o menino escuta uma música e consegue tocar ela sem muitos esforços. Me diz como o seu mundo não cai? Me diz como não ficar desesperado pra se provar para o mundo que você é bom?.  Eu entendo o Shouhei... 

E olha que Piano no Mori tem esses altos e baixos, e tem uns momentos bem mágicos com personagens sendo aproveitados ao extremo, o diretor pegou o personagem e enxugou ele o máximo que pode, a mãe do Kai é um exemplo, que personagem maravilhosa, com uma história de vida nem um pouco legal, só que não se deixa abalar por isso. Tem também um utensílio que o anime usa, muito utilizado em filmes de aventura, onde o cara era incrível no que fazia, ai vem um acidente ele não pode mais fazer isso e fica atrás de alguém pra ser seu aprendiz, muito bem utilizado e fica realmente bem colocado na história. 

Se eu fosse pontuar um ponto negativo, eu diria que as cenas em 3D na parte do piano, quebra totalmente o clima que o anime fica todo o episódio querendo trazer, mas só isso mesmo que vejo como defeito. 

Eu falei então sobre Violet Evergarden, Your Name e Piano no Mori, porém muitos outros animes bons poderiam ter entrado aqui, animes com histórias incríveis, principalmente filmes como No Game No Life Zero, ou o filme de Sword Art Online, histórias sensacionais, que ficarão na minha lista de o que falar.

Abraços do Yavo :D

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